sábado, 8 de junho de 2013

"Eu gostava do Jobim e ele do Vinícius. Eu gostava do Cazuza e ele do Frejat. Eu gostava do Radiohead e ele do Coldplay. Nossos gostos nunca se gostavam. E a gente nunca conseguia encontrar uma música para que pudéssemos dançar juntos. Até que um dia ele afastou os móveis da sala, botou um CD virgem no rádio e apertou o play e me disse sorrindo “vem, dança comigo até a música acabar”. Eu fui. Sem entender. E lá estou eu. Dançando com o rosto colado no dele uma música infinita feita de silêncio. Um silêncio que nunca acaba. Vez enquando surge uma vontade enorme de cortar o silêncio com um “eu te amo”, mas contenho. Então beijo a boca dele e copio o amor de dentro de mim para dentro dele. Ele sorri como quem entende o recado. A música feita de silêncio vai ter a duração exata que tem o que a gente sente um pelo outro. Porque amor é isso, seu moço, um silêncio que dura eternamente até que um “adeus” quebre."

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